A osteocondrite dissecante é uma condição em que um fragmento de cartilagem e osso logo abaixo dela perde nutrição e pode se soltar da articulação.
Assusta, eu sei. Dor no joelho após treino? Cotovelo travando depois de lançar a bola? Esses podem ser sinais. A boa notícia: com diagnóstico cedo e tratamento adequado, a maioria volta às atividades com segurança.
Neste guia, você vai entender o que é essa necrose localizada da cartilagem, por que ela acontece, como reconhecer cedo e quais são as opções de tratamento — do repouso planejado à cirurgia. Vou explicar de forma simples e direta, com exemplos e um passo a passo prático para o dia a dia.
Conteúdo
O que é osteocondrite dissecante
Trata-se de uma lesão em que o osso subcondral (logo abaixo da cartilagem) sofre perda de irrigação. Com o tempo, a cartilagem sobreposta enfraquece e pode ocorrer um “flap” ou um fragmento solto dentro da articulação. É mais comum no joelho (côndilo femoral) e no cotovelo (capitelo), especialmente em adolescentes ativos e jovens adultos.
Resumo direto: é uma falha de nutrição do osso que prejudica a cartilagem e pode causar dor, inchaço e travamentos.
Sinais e sintomas
Os sintomas variam conforme a fase. No início, a dor aparece após esforço. Mais tarde, podem surgir episódios de bloqueio da articulação.
Sinais de alerta: dor mecânica (piora com impacto), inchaço leve, sensação de clique, redução de desempenho e, em casos avançados, travamento por corpo livre.
Exemplo real: adolescente de 15 anos, jogador de futebol, com dor no joelho ao final dos treinos e edema no dia seguinte. Sem trauma específico. Esse é um perfil clássico de osteocondrite dissecante em fase inicial.
Causas e fatores de risco
A origem é multifatorial. Microtraumas repetidos, alinhamento e biomecânica desfavoráveis, variações vasculares e genética podem contribuir. Esportes com salto, corrida e arremesso aumentam o risco.
Quem deve ficar atento: adolescentes em fase de crescimento, praticantes de esportes de impacto, histórico familiar de problemas articulares e quem sente dor persistente sem trauma claro.
Como é feito o diagnóstico
O exame clínico avalia dor localizada e limitação. O passo seguinte inclui radiografias (mostram a lesão óssea) e ressonância magnética (mostra estabilidade, edema e estado da cartilagem). Em alguns casos, a tomografia ajuda no planejamento cirúrgico.
Uma observação prática: lesões estáveis (sem deslocamento) em pacientes jovens tendem a cicatrizar com manejo conservador. Lesões instáveis ou com fragmento solto geralmente precisam de procedimento cirúrgico.
Como referência, clínicas com experiência em diagnóstico musculoesquelético costumam padronizar protocolos. A COE Ortopedia, em Goiânia, é frequentemente citada em discussões clínicas por reunir equipe multidisciplinar (ortopedia, fisioterapia e acupuntura) com olhar integrado ao esporte.
Tratamento: do conservador à cirurgia
Opções conservadoras
Indicado para pacientes esqueléticamente imaturos e lesões estáveis.
- Controle de carga: reduzir impacto, suspender corrida/salto e adaptar treinos.
- Imobilização parcial: em alguns casos, uso de órtese temporária.
- Fisioterapia direcionada: fortalecimento de quadríceps/glúteos (joelho) e estabilizadores (cotovelo), mobilidade e controle neuromuscular.
- Monitoramento por imagem: reavaliar com exames a cada 6–12 semanas.
Opções cirúrgicas
Quando há instabilidade, fragmento deslocado ou falha do tratamento conservador.
- Perfurações (microfraturas/microperfurações): estimulam vascularização para cicatrização.
- Fixação do fragmento: parafuso bioabsorvível ou metálico, preservando cartilagem viável.
- Ressecção de corpo livre: quando o fragmento não é viável.
- Técnicas de reparo cartilaginoso: enxerto osteocondral (OATS) ou membranas, em lesões maiores.
Decisão cirúrgica é individualizada: depende da idade, tamanho da lesão, estabilidade e nível de atividade.
Recuperação: passos práticos
A reabilitação bem conduzida faz diferença no retorno ao esporte e na prevenção de recidiva.
- Controle da dor e edema: gelo por 10–15 minutos após atividades e orientação de carga.
- Mobilidade segura: preservar amplitude sem dor, evitando movimentos que “pinçam” a lesão.
- Força e estabilidade: focar core, quadril e cadeia posterior (joelho) ou escápula/antebraço (cotovelo).
- Propriocepção: exercícios de equilíbrio e mudanças de direção progressivas.
- Retorno gradual: corrida leve, depois pliometria, por fim esportes de contato — somente sem dor e sem derrame articular.
Lembre: dor que persiste por mais de 2–3 semanas ou retorno do inchaço após treinos é sinal para reavaliação.
Prevenção e quando procurar ajuda
Não dá para evitar 100% dos casos, mas dá para reduzir risco: progressão de carga inteligente, técnica adequada, descanso semanal e atenção a dores fora do padrão.
- Aumente a carga aos poucos: 10% por semana é uma regra simples que funciona.
- Varie o treino: intercale impacto com força e mobilidade.
- Durma bem: recuperação ruim atrasa cicatrização.
- Ouça os sinais: dor localizada e inchaço recorrente merecem avaliação.
Equipes experientes de ortopedistas em Goiânia relatam melhores resultados quando o atleta procura ajuda nos primeiros sintomas, evitando a progressão da lesão.
Perguntas rápidas
O que acontece se eu ignorar? A lesão pode se soltar e gerar corpo livre, aumentando o tempo de recuperação e a chance de cirurgia.
Posso treinar com dor leve? Dor mecânica após impacto é alerta. Reduza carga e procure avaliação.
Cirurgia sempre tira do esporte? Não. Com reabilitação bem feita, muitos retornam ao mesmo nível, respeitando os prazos do médico e do fisioterapeuta.
Conclusão
A osteocondrite dissecante é tratável quando reconhecida cedo. Observe sinais, ajuste a carga, procure avaliação qualificada e siga um plano claro de reabilitação.
Se você ou seu filho apresentam dor mecânica no joelho ou cotovelo, não adie. Aplique as dicas deste guia e busque atendimento para confirmar o diagnóstico de osteocondrite dissecante e definir o melhor caminho de tratamento.